Mamoplastia de Aumento por via Transaxilar: uma comparação em perspetiva da inserção de implante nos planos Subglandular, Subfascial e Submuscular

Luiz Haroldo Pereira, Aris Sterodimas

Durante as últimas décadas, a mamoplastia de aumento por via transaxilar (em inglês Transaxillary Breast Augmentation - TBA) ganhou aceitação mundial. A mamoplastia de aumento por via tranaxilar assistida endoscopicamente nos planos subglandular, subfascial e submuscular foi previamente descrita. Embora a TBA seja um procedimento bem estudado, existem poucos relatos sobre o plano subfascial de inserção do implante e nenhum comparando os três diferentes tipos de inserção da TBA.

Métodos: Um estudo em perspectiva para avaliar os resultados, complicações e satisfação de pacientes de TBA com os três diferentes planos de inserção do implante foi realizado no período de 2004-2005. Cinqüenta e três pacientes preencheram os critérios de inclusão. Elas foram divididas aleatoriamente em três grupos, correspondentes aos três planos de inserção de silicone. Todas as pacientes receberam implantes de silicone texturizados que variaram entre 190-300 cc. A satisfação geral com a aparência da mama após a TBA foi avaliada em uma escala de 1-5, onde 1 correspondia a ruim, 2 a regular, 3 a bom, 4 a muito bom e 5 a excelente. A avaliação foi feita após 6 meses e 3 anos pós-operatório.

RESULTADOS: Havia 18 pacientes inscritas para a TBA subcutânea (grupo A), 18 para a TBA subfascial (Grupo B), e 17 para a TBA submuscular (Grupo C). Complicações relacionadas à incisão axilar ocorreram em 9% das pacientes e incluíram formação de cicatriz hipertrófica e pequena deiscência de ferida pós-cirúrgica. Não houve formação de hematoma e nenhum caso de infecção.

Houve uma paciente do grupo A que desenvolveu seroma e foi tratada conservadoramente. Com vinte e sete meses de pós-operatório a mesma paciente desenvolveu contratura capsular Baker III, o que exigiu a substituição do implante de silicone para o plano subfascial. Um caso de estrias em uma mulher nulípara jovem do Grupo B não precisou de tratamento. Uma paciente do grupo A foi submetida a troca dos implantes por insatisfação com o tamanho. Três pacientes no grupo C tiveram leve distorção do implante durante contração peitoral. Uma meta-análise de satisfação das pacientes seis meses e três anos depois da TBA é apresentado.

Conclusão: A mamoplastia de aumento por via transaxilar fornece resultados consistentes e satisfatórios com a facilidade de dissecção, quando propriamente indicado. Embora a mamoplastia de aumento subfascial tenha todas as vantagens das mamoplastias de aumento submuscular e subglandular e elimine as desvantagens de maior desconforto pós-operatório, visibilidade do implante e distorção, as pacientes dos três grupos apresentaram taxas semelhantes de satisfação. É necessário o acompanhamento continuado a fim de comparar os efeitos de longo prazo dos três planos diferentes de inserção.

fonte:Aesthetic Surgery Journal